sábado, junho 10, 2006

Lua

Lua quase cheia... Um céu claro, noturno tingido de azul-escuro. Escuro doce, envolvente. Poucas estrelas - desbotadas pela lua! - salpicando o cetim que seduz, que atrai, que fascina. O nítido recorte das montanhas, caprichoso perfil, e as luzes das cidades aos nossos pés. Tão longe, tão perto. Tão ao alcance de nossas mãos... A Baía refletindo as luzes de não sei qual cinzenta via expressa. Mas do alto é tudo tão claro, limpo, nítido! E o brilhar dos pequenos pontos, que parecem balançar ao sabor do vento - forte - que sacode as folhas das árvores iluminadas...

A lua desce... Alguém já falou da lua se pondo atrás da montanha? A lua destacando o recorte das serras, tornando quase azul-claro um pedacinho de céu... Mas não, venço o feitiço e não posso esperar até que ela se retire totalmente do céu - quando, certamente, o sol já estará se insinuando... Num último momento de contemplação, vejo-a brilhando, escapando por entre as copas das árvores, pequenos e luzidios pontos que dançam conforme a minha condução... E faço-a brilhar, meus olhos fixos acompanhando o movimento que eu lhe provocava... Delicados brilhantes sobre cetim talvez negro, talvez verde; delicados brilhantes enchendo de preciosismo minha madrugada...

1 Comments:

At 8:21 PM, Blogger Nelson said...

Vim fazer uma retrospectiva paralela, dei um salto pra trás no tempo, e encontro novas dimensões pro efeito que lhe causam as visões do alto, da noite e das brumas que evocam suas palavras.

{ontem me vi encantado por uma estrada, lembrei muito de ti e agora lhe entendo, rs. Convidativa experiência, acho que agora quero ir mais longe).

 

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"A linguagem é uma pele: fricciono minha linguagem contra o outro. Como se eu tivesse palavras à guisa de dedos, ou dedos na ponta de minhas palavras." (Roland Barthes)