quinta-feira, dezembro 13, 2007

Noturno

Da noite só sei o medo
E o pranto incontido,
Incompreensível.
Da noite só sei o silêncio
Sombrio, soturno,
Sem olhos fechados de sono.
Da noite só sinto as sombras
Sorrateiras e caladas na parede.
E nem a lua me acalma diante
Dos olhos abertos, dos vários segredos.
Da noite só sei eu mesma,
De manhãs e tardes longas
E palavras ressoando.
Enquanto, à volta,
Ressona o mundo,
E eu, muda,
Encolho-me entre silêncio e breu.
Da noite, da noite,
Da noite só sei o medo
De a ela, tão crua, tão dura,
Tornar novamente.

4 Comments:

At 10:14 PM, Blogger r a c h e l said...

ai suzana, que coisa mais linda menina, você que escreveu? adorei, amei... muito!
parabéns, belo belo poema.

:*)
saudades... vc não entra mais no msn não?

bisous bisous

 
At 1:50 PM, Blogger Walmir said...

Suzana, essa metáfora da noite que remnta à morte, sempre há de nos assombrar. E você fala desse assombro de um modo adorável.
Paz e bem,
do seu leitor Walmir
http://walmir.carvalho.zip.net

 
At 3:35 PM, Blogger Walmir said...

Suzana,
Feliz Natal.
Vida longa, fértil, criativa e bem sucedida e este blog.
Paz e bom humor sempre.
Walmir
http://walmir.carvalho.zip.net

 
At 9:55 AM, Anonymous Anônimo said...

a noite sempre me deixa encucado . . .
Na noite eu sempre sou eu mesmo!
Beijos

 

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"A linguagem é uma pele: fricciono minha linguagem contra o outro. Como se eu tivesse palavras à guisa de dedos, ou dedos na ponta de minhas palavras." (Roland Barthes)