quinta-feira, novembro 22, 2007

Fragmentos de um discurso pós-quase-amor

- Eu não sei bem o que quero agora.

- Eu também não.

- Mas antes eu sabia.

- ...

- Eu sabia que um dia isto ia acabar.

- Eu também. Mas não sabia quando.

- Não sabia que seria agora.

- Não sabia que seria assim.

- Não sabia que seria sem dor.

- Mas não dói para você?

- ...

- Não?

- É. Dói. Mas não dói tanto quanto eu imaginava.

- Mentira.

- Dói. Dói sim. Dói um pouquinho a dor...

- ?

- ... a dor de não sentir nada.

- ...

- Ou quase nada.

- Então não dói?

- Não.

- ...

- E é isso o que mais dói: depois de tudo isso, eu acabei descobrindo que o que eu quero, mesmo, é a dor.

- É. Eu também.

3 Comments:

At 6:38 PM, Blogger Walmir said...

bonita reflexão sobre a impossibiidade do amor, ou do amor que não se fez em falta.
Adorável.
Paz e bem
http://walmir.carvalho.zip.net

 
At 4:03 PM, Blogger r a c h e l said...

é, acho que é isso. o amor não se faz em falta.
gostei.
bj bj

 
At 3:21 PM, Blogger caeiro said...

efêmero é o sobre nome.

 

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"A linguagem é uma pele: fricciono minha linguagem contra o outro. Como se eu tivesse palavras à guisa de dedos, ou dedos na ponta de minhas palavras." (Roland Barthes)