quinta-feira, setembro 21, 2006

Enquanto a ordem não vem

Estou precisando de um pouco de ordem. Em tudo.

Arrumar os livros das estantes.

Arrumar os sapatos no armário.

Arrumar as roupas nas gavetas.

Arrumar o CD´s nas prateleiras.

Ajeitar os cabides no armário.

Ler o que eu tenho que ler - ou, ao menos, o que é mais urgente.

Separar as maquiagens que não uso mais.

Decidir o que escrever na monografia que tenho que entregar daqui a duas semanas.

Escrever o tanto que tenta sair e não consegue - ainda que sejam besteiras.

Ah, preciso que passe a pequena febre que se alojou em minha testa hoje de manhã. E a tosse. E o vento. Venta muito, e não há como ser organizada com vendaval. Nem com nuvens chumbo sobre nossas cabeças. A constante pressão do que se anuncia, pesado. A insustentável pressão do que vai desabar a qualquer momento.

É que, apesar de tudo, às vezes sou dionisíaca - embora todos discordem disso.

"A linguagem é uma pele: fricciono minha linguagem contra o outro. Como se eu tivesse palavras à guisa de dedos, ou dedos na ponta de minhas palavras." (Roland Barthes)