Reinventando, e justificando
Já estava na hora de falar sobre Cecília neste blog. Ou, ao menos, dizer (caso alguém ainda não tenha percebido) que o título e parte da idéia dele vêm de um poema seu.REINVENÇÃO
A vida só é possível
reinventada.
Anda o sol pelas campinas
e passeia a mão dourada
pelas águas, pelas folhas...
Ah! tudo bolhas
que vêm de fundas piscinas
de ilusionismo... - mais nada.
Mas a vida, a vida, a vida,
a vida só é possível
reinventada.
Vem a lua, vem, retira
as algemas dos meus braços.
Projeto-me por espaços
cheios da tua Figura.
Tudo mentira! Mentira
da lua, na noite escura.
Não te encontro, não te alcanço...
Só - no tempo equilibrada,
Desprendo-me do balanço
que além do tempo me leva.
Só - na treva,
fico: recebida e dada.
Porque a vida, a vida, a vida,
a vida só é possível
reinventada.
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É por aí. Reinventar. É para isso que nos servem as palavras, é para isso que serve a escrita, é para isso que serve esse mísero blog - e também o mísero papel de tempos atrás.
Reinventar: essa é a ordem. Tudo é mais - ou menos, também - perfeito a partir da reinvenção. Outra realidade se encontra aqui. E ela não corresponde, necessariamente, ao que se vê lá fora. Ela não corresponde, necessariamente, a mim.
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Se não há nada de interessante no que escrevi a respeito da escrita, e também a respeito de mim, ao menos há o poema da Cecília. E ele já vale - e muito! - por essa postagem.
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