quinta-feira, dezembro 28, 2006

Outro post natalino

Pra dar uma certa continuidade, caso haja algum leitor querendo saber como foi meu Natal, já que toquei no assunto anteriormente: meu priminho de quase dois anos adorou o cavalinho-de-pau que dei para ele, e ficou aceso até mais de uma hora da manhã. Não houve Papai Noel para estragar sua alegria, e ele pôde gastar sua infinita energia com gritos de alegria pela noite inteira.

Acho que Papai Noel não me achou muito boa menina durante o ano: dia 24 perdi um brinco que adorava, estraguei o salto da sandália que o namorado deu na mesma data, e no dia 25 meu carro apareceu com um arranhão no pára-choque - algum ruim-de-roda (que eu julgo ser do sexo masculino, apesar dos homens dizerem que são as mulheres que dirigem mal) não conseguiu sair da vaga sem arrastar o que estava ao lado dele. Obviamente, não xinguei o sujeito - sim, sexo masculino - somente de ruim-de-roda, mas vou manter algum decoro neste texto.

Não xinguei somente o ruim-de-roda. Xinguei o Papai Noel, que parecia estar de sacanagem com a minha cara. Devo informar que também havia alterações hormonais nesses dias.

E não é que deu certo xingar Santa Claus? Ao menos achei o brinco que havia perdido. A sandália botei pra consertar, embora vá me levar um mês pra voltar. O carro vou ter que consertar. Mas veio uma surpresa boa pra dar uma equilibrada, ou mais que isso, no saldo natalino: pela primeira vez na vida, fui sorteada numa promoção e ganhei um premiozinho que não é nenhuma maravilha, mas dá pra fazer uma alegriazinha consumista. Ganhei um vale-compras de quinhentos reais pra torrar num shopping da cidade. Legal, não? (Aí Papai Noel foi gente boa!)

Mas foi bom encontrar a família, essas coisas. Foi bom comer bolo inglês, que minha mãe só faz no Natal e no Ano Novo. Foi bom sentir cheiro diferente no ar, ver outras luzes, rir outros risos.

Lamento apenas a passagem de tempo - sim, inexorável - que faz com que o Natal não seja mais o que era antes. Ou mudei eu? Este ano o Natal chegou correndo tanto que mal tive tempo de me preparar, mal tive tempo de degustar os dias que o antecedem, mal tive tempo de ver a decoração natalina se expandindo a cada dia. O Natal chegou e se foi como um susto.

Assim será também o dia 31, a virada do ano. Susto, sempre. E susto maior quando perceber, e não vai demorar muito, que já se passaram meses e meses...

Mas se é assim a vida, fazer o quê? Pelo menos tenho o vale-compras para torrar e fazer uma alegriazinha consumista!

Ah, quanto materialismo...

"A linguagem é uma pele: fricciono minha linguagem contra o outro. Como se eu tivesse palavras à guisa de dedos, ou dedos na ponta de minhas palavras." (Roland Barthes)