domingo, março 18, 2007

16 de março

Março não poderia passar sem suas águas.

Era feriado quando senti novamente o cheiro de terra molhada, e comemorei silenciosa a volta da chuva. O céu escurecido de nuvens cinza-chuva me alegrou mais que o sol inclemente dos últimos dias. Um vento mais forte anunciou raios ao longe: eu vivi a delícia de sentir o céu desabar sobre tetos e cabeças e flores.

Petrópolis não passaria sem chuva nas comemorações de seus 164 anos. E a chuva veio como um presente, refrescante e fértil.

As montanhas já começaram a perder o tom empoeirado - há as infinitas variações de verdes a serem vistas. Ah, e também as paineiras que estão florindo atrasadas, as aleluias, as quaresmas, as árvores de flores entre o vermelho e laranja, que parecem de papel crepom.

Eu começo a ter o outono dentro de mim. Fechei os olhos e tive a sensação do frio que virá.

E retorno à delícia de fechar os olhos e, com as luzes apagadas, ouvir somente o barulho da água que corre entre os obstáculos dos caminhos.

2 Comments:

At 9:09 AM, Blogger Nelson said...

Este comentário foi removido pelo autor.

 
At 9:10 AM, Blogger Nelson said...

Minha escritora sazonal, o que será que os ventos do outono trarão ? Em que cores hão de se pintar suas palavras quando o calor for embora ?

Só sei que se inicia agora e temporada de apreciação das amadas montanhas, será que convenço você a fazer seu "debut" ?

Bjinhos ! ; )

 

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"A linguagem é uma pele: fricciono minha linguagem contra o outro. Como se eu tivesse palavras à guisa de dedos, ou dedos na ponta de minhas palavras." (Roland Barthes)